terça-feira, fevereiro 28, 2006

NUCLEAR? SIM OBRIGADO!
E, já agora, com urgência…


Há alguns anos, um empresário alemão viu-se obrigado a demandar as terras de "nuestros hermanos", pois fartou-se de esperar, (18 meses), por uma licença do Ministério da Industria e Energia para instalar em Portugal uma unidade industrial para produzir esses "moinhos de vento" que hoje se começam a ver por esse Portugal. Resultado: Perderam-se uns quantos postos de trabalho directos e outros tantos indirectos e, em seis semanas, o "boche" obteve autorização para instalar o que queria em Espanha e ainda lhe deram subsídios!

Depois de saber disto, qual não foi o meu espanto quando constatei que uma das empresas que estão a instalar e explorar os ditos "moínhos de vento" é, nem mais, nem menos, a espanhola CAMESA. Ganhou, legalmente, o concurso internacional para a empreitada de fornecimento, instalação e exploração dos de alguns parques eólicos.

Ao ver surgir, quais cogumelos, os moinhos, pensei, (e, como eu, certamente, milhares de portugueses): A FACTURA DA EDP VAI BAIXAR!!! Desenganem-se meus caros: Um dos items do contrato de concessão determina que o preço da energia a fornecer pelos parques eólicos à REN é definido com base nos preços que o consumidor final paga, ou seja, grosso modo:

P.v.p. da energia – Lucro da EDP = preço de compra.

PORQUÊ???

Ora batatas para as energias renováveis e alternativas.

Parece que o empresário Patrick Monteiro de Barros está interessado em instalar e explorar uma central nuclear em Portugal. O n/ Governo nem não, nem sim; nim! Na minha modesta opinião, a ser nos mesmos moldes que os Parques Eólicos, não obrigado! Se realmente a instalação desta ou doutra forma de produção de energia contribuir para a redução da n/ Factura, sim obrigado e com urgência. Ainda para mais, pretende reactivar as minas de urânio que possuimos em Portugal. Bem vistas as coisas, matavam-se três coelhos de uma cajadada só!
Matéria-prima mais barata, reduzia-se a n/ dependência energética e criavam-se uns quantos postos de trabalho, mas...

SERÁ QUE É ISTO QUE INTERESSA AOS GOVERNOS?!

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

A vingança é um prato que se come frio. Neste caso, quente.

É que para me vingar dum certo "camarada" que, às quatro horas da tarde do passado domingo, teve o desplante de me incomodar para me fazer àgua na boca, a falar de alheiras, chouriços, patatí, patatá... Espera aí que eu já te digo.

A1 - Ponte Vasco da Gama - Montijo - Sarilhos Pequenos - Lançada - Casa das Enguias.

Casa grande e afamada, velha de 50 ou 60 anos, (a casa), decorada quase exclusivamente com fotos e anúncios da "Festa Brava", enfim: simpática.

De entrada, trouxeram-me um queijinho de ovelha, de aspecto industrial, mas... era só o aspecto. Como diz o "Marreta": Queijo, só bom e muito bom! Não fica nada atrás do outro que também lá têm, de Azeitão. Cá fica o nome, passe a publicidade: Queijo de Ovelha curado "O Aldeano", fabricado por Francisco C. R. Bagão.

Pela lista, constavam as ditas enguias fritas, assadas e de ensopado. Optei por este último. Simplesmente divinal. Desde o pão, passando pelo molho e pelas enguias, devidamente condimentadas, não picantes mas muito bem temperadas... é de repetir!

Para sobremesa um "Rançoso" alentejano. Para quem não sabe é um bolinho com amendoa, gila, ovos e banha de porco...

Para regar tudo isto, um tintinho da Adega Cooperativa de Palmela com 12º, que tenho que levar o carro para Lisboa.

A parte disto, tive o grato prazer de jantar a escassos dois metros do v/ saudoso dirigente Sr. Luís Duque, do qual tenho em meu poder uma casquita de queijo que ele deixou cair, para guardarem na v/ vitrina de troféus da lagartagem.

Até à sopa!

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

O almocinho de Sócrates

Como não podia deixar de ser, as férias de José Sócrates - ora no Quénia, ora nos Alpes Suíços -, prestam-se a dois géneros de comentários totalmente contraditórios:

Por um lado, dir-se-á que «ele não é mais nem menos do que os outros portugueses todos e, se as paga do seu bolso (e com dinheiro que ganhou com o seu trabalho) ninguém tem nada com isso». E é a pura verdade.

Por outro lado, também não faltará quem diga que, «estando o país a atravessar dificuldades, e sendo precisamente ele quem exige sacrifícios ao povo, deveria ser o primeiro a dar o exemplo de contenção». E é também a pura verdade.

Então em que ficamos?

O que sucede é que a realidade é multifacetada, pelo que ambas as argumentações têm lógica e são aceitáveis. Tudo depende, muito mais do que do posicionamento político de cada um, da sensibilidade para com as coisas da vida.

E é precisamente esse aspecto da sensibilidade que me faz pensar nas pessoas que estão num restaurante a comer do bom e do melhor quando aparece um pedinte com fome.

Claro que ela diz para si mesma que «não é mais nem menos do que os outros portugueses todos e, se paga a refeição do seu bolso (e com dinheiro que ganhou com o seu trabalho), ninguém tem nada com isso».

E, mais uma vez, é a pura verdade. Só há um pequeno pormenor: é que o comensal deverá ser A ÚLTIMA PESSOA NO MUNDO a dizer ao pobre que «coma menos, pois uma dieta faz bem»...

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Em maré de «economias»

EM TEMPOS que já lá vão, o castelo-dos-mouros, em Sintra, correu o sério risco de ser vendido em leilão (como pedreira pronta-a-usar!) a um cavalheiro que queria fazer negócio com «aquela calhausada» toda. Felizmente, apareceu também a licitar «o imóvel» o príncipe consorte D. Fernando II a quem, nesse seguimento, devemos a recuperação do castelo, a construção romântica de toda a zona da Pena, e muito, muito mais, como se sabe.

Claro que, à primeira vista, dá que pensar como é que um estrangeiro se mostrou mais interessado em preservar um castelo conquistado por D. Afonso Henriques do que um português-de-gema - como parece que era o senhor que, pelos vistos, queria transformar um monumento nacional em paredes de casa e muros de quinta.

Mas o certo é que, nestes assuntos, não é a nacionalidade o que mais conta, mas sim outras realidades mais profundas, como a sensibilidade e a cultura de cada um.

Ah! E o dinheiro, claro! Já me estava a esquecer do dinheiro, o potente motor que, em breve, se encarregará de transformar num monte de entulho a casa onde viveu e morreu Almeida Garrett - para lucro de alguns, gozo de mais uns quantos e vergonha de todos nós, lisboetas e portugueses.

E o pior é que não há nada a fazer pois, segundo nos disseram, o edifício vai ser demolido porque a Câmara Municipal de Lisboa não tem dinheiro para «adquirir o imóvel, reabilitá-lo, musealizá-lo, geri-lo e mantê-lo» - para usar as palavras cruas e sem rodeios da Sra. D. Gabriela Seara, vereadora do Licenciamento Urbanístico.

Que diabo! A gente sabe que o proprietário é o actual ministro da Economia. Mas isso chega para explicar este «súbito acesso de economia» de toda esta ilustre (e decerto ilustrada) gente?!

NOTA: Repare-se como mais depressa se deita abaixo uma casa destas do que aquelas que, escandalosamente, ocupam zonas protegidas do domínio público. Como se sabe, no Algarve (e depois de terem passado ao esquecimento as da Arrábida pelos motivos que se imaginam), apenas foram demolidos três apoios-de-praia! O resto ficou adiado para (pelo menos...) daqui a dois anos – depois de muito diálogo ao melhor estilo de Guterres.

Recebido por e-mail

Sociedade de consumo...
- Boa Tarde!
- Tarde... Diga...
- Queria uma água com gás...
- Fresca ou natural?
- Fresca.
- Com ou sem sabor?
- Pode ser de limão.
- Frieze limão, Castelo Bubbles, Carvalhelhos limão?
- Sei lá, traga-me uma qualquer... Frieze...
- Frieze limão já acabou... Pode ser morango, tangerina ou maracujá?
- Esqueça... Traga-me umas Pedras...
- Fresca ou natural?
- Fresca...
- Com ou sem limão?
- Sem...
- Normal ou levíssima?
- Quem?
- Normal ou uma nova que saiu, que é mais leve...
- Meu amigo, traga-me uma Bohemia e esqueça o resto...
- Sagres Bohemia não temos. Só temos normal, Preta e Zero...
- Então traga uma Superbock...
- Garrafa ou imperial?
- Garrafa.
- Superbock normal, Green, Twin ou Stout?
- ..dasse... já perdi a sede...

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Li isto há já alguns anos e gostei! Deu-me que pensar. Não. Não é nenhuma receita mas, como se passa num restaurante, acho que não fica aqui mal. É , talvez, um pouco longo, mas vale a pena ler até ao fim. Espero que gostem tanto como eu gostei!

"O VELHO DE ALCÂNTARA-MAR"

"Eu estava a almoçar sozinho num restaurante, como tanto gosto de fazer, a meio de um dia de trabalho. Detesto «almoços de trabalho», almoços de ciscunstância ou almoços de coisa alguma. Detesto almoçar os outros, resumindo. Prefiro almoçar a comida, acompanhada de uma revista ou de um jornal.

O restaurante era pouco mais que uma tasquinha de Alcântara, que tem a vantagem de ter uma comida caseira e sem pretensões e de não ser frequentado pela classe emergente dos almoços, com os telemóveis em cima da mesa, ao alcance de uma urgência, porque gente importante e ocupada é assim. Este restaurante, pelo contrário, é frequentado por uns clientes discretos, habituais e silenciosos, que vêm comer polvo cozido com todos e parecem cobertos por uma fina poeira de tristeza que os torna, de certa forma, íntimos. Íntimos apesar do nosso mútuo silêncio, cúmplices na solidão das mesas, como marinheiros naufragados, cada um em sua ilha.

Gosto destes personagens lisboetas da hora de almoço, que comem sozinhos resmungando entre dentes, que compram lotaria, lêem os anúncios do Correio da Manhã e tratam as empregadas de mesa por »Menina isto» e «Menina aquilo». Imagino em cada um deles um Fernando Pessoa, orfão de obra e deserdado de sentimentos. São solitários e tristes, porém não são trôpegos, mas dignos, de costas direitas e cara fechada olhando em frente, quando se levantam da mesa discretamente em direcção à porta, como se deslizassem em direcção à vida.

Um dia entrou um homem destes, que eu já tinha visto anteriormente. Era um cliente de bairro, um «vizinho» do restaurante - ocasionalmente almoça, mas, regra geral, limita-se a chegar sobre a tarde, senta-se numa mesa em frente à porta com um jornal dobrado à frente, encomenda uma bica e fica a olhar para a rua, atento ao passar do tempo. Vê-se que é reformado porque não tem horário fixo nem pressa alguma. Não será viúvo mas apenas gasto, viverá num 3º esquerdo, indiferente às lamúrias da «patroa», sentado num sofá de costas para a janela para receber luz para as palavras cruzadas do jornal.

Mas nesse dia o homem entrou no restaurante com um sorriso luminoso na cara. Parecia ter rejuvenescido dez anos, as costas estavam mais direitas, a roupa mais alisada, o cabelo penteado deveria cheirar a água de colónia Ach. Brito. Só percebi a razão da transformação quando o vi virar-se para trás na porta da entrada e estender a mão a um miúdo que o seguia: era o neto. Passeou o miúdo pelo restaurante como se apresentasse uma namorada rainha de beleza. De mão dada com ele, foi até ao balcão e sentou-o lá em cima para que todos os empregados o vissem, sorriu à volta e fez um gesto largo para o miúdo, indicando o mostruário onde repousavam a pescada para cozer ou fritar, o leitão frio ou quente daMealhada e as costeletas de vitela para grelhar, e disse: «Então escolhe lá o que queres almoçar».

Pediu mesa com toalha de pano, encostada à parede, de onde todos o pudessem ver e ele pudesse ver todos. Levou o neto ao colo até à mesa, sentou-o na cadeira, atou-lhe o guardanapo de pano ao pescoço e então o miúdo agarrou-lhe a cara de repente, puxou-o para si e deu-lhe um beijo. O velho sentou-se à frente dele e olhou em frente. Encontrou o meu olhar, que devorava a cena. Por um brevíssimo instante pareceu-me que ele tinha ficado suapenso da minha reacção: queria ser visto, mas tinha medo. Inclinei a cabeça e cumprimentei-o em silêncio - foi a primeira vez que o cumprimentei: o seu olhar era líquido de ternura e firme de orgulho. Quando for velho, quero ser exactamente assim".

Miguel Sousa Tavares in "Não te deixarei morrer, David Crockett".

Eu tambem quero.

Não sei o que se passa.

Estranha-me, deveras, o silêncio que se ouve lá para as bandas da raia espanhola, nessa bela localidade que é a Granja del Ulmero.

Pois muito bem; se mais ninguém posta, posto eu!

Relativamente à chiba, (a que estava na caçoila,) estava divinal! Digna de um qualquer Rei ou Imperador romano. Sim, que aquilo no Sábado... só faltaram as odaliscas. Ele era vinho, ele era queijo, ele era presunto, ele era chouriço, ele era morcela, ele era patê, ele era sopinha de peixe e marisco e a dita cuja, cárcárá, majestosamente preparada pela Avó Isilda! Enfim, uma autêntica desgraceira para os nossos castróis, visículas e afins!

Quanto à outra chiba, a que levamos para casa, foi também de qualidade: nem dores de cabeça nem nada. Pudera! Um era Visconde e o outro Santo, ambos alentejanos de boas famílias.

Senti a falta do João e respectivos apêndices mas, coitadito, esteve a "trabalhar" até tarde.

Vamos lá a marcar essa Sopa da Tia Arlinda, para a próxima sexta-feira!

Dêem notícias!

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Caros companheiros:

Estou já nos "entas" mas esta repetição não é senilidade. Perdoem-me mas como ontem não consegui visualizar o blog... hoje escrevi-o outra vez.

Mais uma vez, ass minhas humildes desculpas.

O Amigo da Sopa

Estou convidado para ir ajudar a comer o que resta de uma pobre chiba que, coitada, não pediu a ninguém para nascer e muito menos para morrer e, tanto quanto rezam as crónicas, foi primorosamente preparada pela Avó Isilda.

Então pensei: Fernandinho, Fernandinho! Tens que fazer dieta!

Se bem pensei melhor o fiz: Peixinho grelhado e saladinha, a saber: Uma Dourada, dois Robalos, um Besugo e uma boa posta de Salmão! Acompanhado por uma saladinha mista e um verde branco, que o tinto engorda muito. Sobremesa? Nem pensar! Café com adoçante, claro!
Preço: Dez Aerius.
Local: Casa de Pasto Zé Leiteiro, Armação de Pera.
Reino do Al-Garb.
Bom Apetite.

Até mais logo.

terça-feira, fevereiro 07, 2006

Bom dia, boa tarde ou boa noite, conforme a hora em que me escutem!

Directamente do Reino do Al-Garb, aqui vai o blog de hoje.

No próximo sábado estou convocado para ajudar a comer o que resta duma pobre chiba, que, coitada, não pediu a ninguém para nascer e muito menos para morrer e que a Avó Isilda preparou primorosamente segundo rezam as crónicas. Vai daí eu pensei: Fernandinho, Fernandinho: Esta semana tens que fazer dieta. Se bem pensei, melhor o fiz; Peixinho grelhado e salada, a saber: 1 Dourada, 2 robalos, um besugo e uma postita de salmão. Regadinho com verde fresquinho, que o tinto é muito gordo e café com adoçante, claro! Onde?!

Casa de Pasto Zé Leiteiro
Armação de Pêra
Reino do Al-Garb

Já agora: Boa sorte para o Nacional!! (e também para o Paredes)!

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

Coitaditos! Tenho mesmo pena de vocês!

Fui ontem, conforme prometido, à Caldeirada à Costa da Caparica! Levava comigo a lista de Restaurantes inscritos no Concurso; no entanto, alguém me disse: Não ligues a isso! Vai ao "Capote" ou ao "Porta Larga"! Azar do caraças: Estavam os dois fechados! Lá dei mais duas voltinhas ao Picadeiro e descobri os primeiros restaurantes gémeos siameses. Passo a explicar: Duas portas, dois nomes, uma única sala dividida a meio; dum lado o Restaurante Maniés, do outro o Alentejano. Com ementas próprias, claro.

Mas vamos ao que interessa: A Caldeirada.

Na ementa mencionava que a dita cuja era no tacho e para duas pessoas. Fiz um choradinho ao cozinheiro que, de bom grado, condescendeu a fazer uma dose individual. Sem raia, pedi. Riu-se... sem raia será!

Bem, de individual só tinha o nome e o preço: oito postas de peixes variados, ( safio, congro, cherne e corvina), algumas conquilhas e dois camarõezitos para efeitar. Confesso que nunca tal tinha visto mas não fica mal. Batatinhas com fartura e tudo isto coroado com uma boa dose de pimento vermelho e verde, (pena não haver pimentos azuis), muita cebola e coentros frescos. A molhanga... bem! Com um pãozinho alentejano do "vizinho" do lado, vou-vos contar! Estive, sensivelmente, hora e meia à mesa. E as batatas foram quase todas para trás! Tudo regadinho com um tinto da Adega de Pegões. Enfim: Não me posso queixar. O preço não se pode dizer que seja baixo mas... se fosse acompanhado talvez ficasse mais acessível.

Aqui ficam as coordenadas:

Restaurante Maniés
Av. General Humberto Delgado, 7-E - Torre Europa II
2825-337 COSTA DA CAPARICA

Tel.: 212 903 398

Boa noite e bom apetite!